“Nos círculos zen, conta-se uma estória sobre um homem e seu cavalo. O cavalo está galopando velozmente, dando a impressão de que o homem montado nele está indo a algum lugar importante.
Outro homem, em pé parado no acostamento da estrada, grita: ‘Para onde você está indo?’ E o primeiro homem responde: ‘Sei não. Pergunte ao cavalo.’
Esta estória também é nossa. Estamos cavalgando, sem saber para onde estamos indo, e não conseguimos frear o cavalo. O cavalo representa a energia do nosso hábito nos puxando enquanto formos impotentes.
Estamos sempre correndo, e isso se tornou um hábito. Lutamos o tempo todo, mesmo durante o sono. Estamos em guerra dentro de nós, e podemos facilmente começar uma guerra com os outros.”
– Fonte: A essência dos ensinamentos de Buda, por Thich Nhat Hanh.
Hoje nossa reflexão é sobre parar. Uma arte que nem sempre nos foi apresentada ao longo da vida como algo importante, valorizado, ou até mesmo possível. Pergunte a três pessoas o que elas entendem por esse aspecto, e você perceberá respostas muito diferentes.
P AR AR
Uma palavra tão pequena, que traz em si duas vezes, a palavra Ar. Interessante, né?
Se não conseguimos parar, os novos insights também ficam represados… Seguimos repetindo velhos hábitos e padrões, apenas “reciclando” velhas mensagens por meio de roupagens novas. Mantemos o piloto automático sempre na mesma frequência e energia, alimentando assiduamente nossos hábitos – sejam estes positivos ou negativos.
O que vem à mente quando você para? Que sensações, emoções e pensamentos essa atitude lhe traz?
Dizemos a nós mesmos “Desta vez será diferente”. Mas em que vezes você realmente conseguiu fazer algo diferente por livre escolha? O que foi necessário acontecer antes da sua última mudança real de atitude ou comportamento? Lembre-se: escolher é diferente de reagir.
Precisamos reconhecer e aceitar o que há em nós. O momento pede estabilidade, para que não sejamos arremessados como ondas de um lado para outro dentro de uma tempestade. A calma vem (ou deveria vir!) quando aceitamos parar. Mas nem sempre aceitamos. Lutamos. Sofremos. Muitas pessoas adoecem apenas quando param (em períodos de férias, por exemplo).
Há um grande poder na arte de parar, conhecido como consciência plena (ou mindfulness). Mas nossas mentes caóticas resistem à ideia de focar em uma coisa por vez, é como se estivéssemos permanentemente “perdendo tempo”. Procure manter a sua atenção focada somente neste texto, e você entenderá muito rapidamente do que estou falando. Se agimos assim em um breve texto, o que fazemos diante de tarefas mais complexas ou que não temos preferência em realizar?
Excitação, agitação e distração são companheiras próximas da hiperatividade e da ansiedade. Quando permanecemos nesses estados por muito tempo, nosso corpo mantém-se em esforço, sem pausar para um repouso adequado. Então, logo após esses longos períodos é comum nos sentirmos fisicamente esgotados e sem energia. Daí é comum acharmos que estamos “deprimidos” ou com “baixa energia”, que alguém nos “sugou”, que tem algo errado. E tem mesmo, mas em muitos casos são apenas hábitos que precisam ser mudados.
Se verdadeiramente queremos acessar maior plenitude e satisfação em nossas vidas, precisamos aprender a parar. Assim teremos mais saúde emocional e mental, reduzindo os impactos colaterais do estresse.
Criar espaço para equilibrar a mente requer disciplina e coragem, além de doses generosas de bondade e autocompaixão. Então dê uma chance ao seu corpo-mente-espírito. Escute. Silencie. Se ame. Firme o propósito de ser você mesmo.
Com amor,
Lyz
Uma resposta
Muito interessante essa matéria, e sempre vem no momento certo, parar, respirar, focar, uma coisa de cada vez. Muito bom ter essa visão, acordar para o agora, estou muito feliz, com essa oportunidade de conhecer este, Instituto, bem dentro das minhas expectativas, e mudanças, que serão necessárias no meu crescer.