Hoje nossa reflexão é sobre resiliência. Do latim RESILIO/RESILIRE, significa “saltar para trás, pular de volta”, sendo RE – “para trás” + SILIO – “saltar, pular”.
Segundo a Wikipédia: “Resiliência ou resilência é um conceito oriundo da física, que se refere à propriedade de que são dotados alguns sub-materiais, de acumular energia, quando exigidos ou submetidos a stress, sem ocorrer ruptura.” Ou ainda: “A resiliência é a capacidade de o indivíduo lidar com problemas, adaptar-se a mudanças, superar obstáculos ou resistir à pressão de situações adversas – choque, estresse, algum tipo de evento traumático, entre outros.”
Para ajudar em nossa reflexão, trago também um conto zen:
“Um dia, um sábio mestre zen recebeu um jovem que se propunha ser seu discípulo:
– Pois muito bem, explique-me, meu jovem, a razão pela qual, na sua pouca idade, se resolveu a ser discípulo de um ancião como eu?
O jovem, que já esperava pela pergunta, ajeitou-se e recitou a resposta pra lá de pensada e ensaiada:
– Sabe, mestre… Eu quero ser seu discípulo porque eu sinto uma necessidade ardente e desesperadora de Deus!
Calmamente, após não mais que alguns segundos de reflexão, o ancião se levantou e caminhou em direção às margens de um rio próximo, pedindo, com um discreto gesto de mão, que o jovem o acompanhasse; ajoelhou-se bem próximo da margem, e assim também o fez, ao seu lado, o jovem. De repente, sem mais aviso, o ancião, bastante robusto para a sua idade, tomou a cabeça do jovem pelos cabelos e a mergulhou no rio, deixando-a aí; o jovem, perplexo, começou a se debater, sem conseguir se libertar. Mais alguns segundos, mais alguns, mais alguns e o jovem chegou ao limite do desespero, quase se afogando. Então, de súbito, o mestre o soltou.
– O que é isso, mestre? O senhor está louco? Quer me matar?
Levando o indicador aos lábios na vertical, no tradicional gesto de quem pede silêncio, com seriedade, o mestre indagou:
– Diga-me apenas uma coisa: quando estava lá embaixo, você tinha necessidade ardente e desesperadora de quê?
– De respirar, é claro! Respondeu o jovem, ainda um pouco atordoado com a situação como um todo e ainda mais com a estranha pergunta.
– Pois é. Quando você, meu jovem, tiver necessidade ardente e desesperadora de Deus tanto quanto teve de respirar, lá embaixo, procure-me, que te aceitarei como discípulo.”
Resiliência é diferente de resistência. A primeira ensina a sabedoria da adaptação, flexibilidade, contorno. Já a segunda traz a ideia de confronto, defesa, de não ceder.
Se olharmos pela perspectiva dos quatro elementos da natureza, Resiliência representa a sabedoria do elemento água, predominante no planeta (aproximadamente 90%) e também no corpo humano (75%). Há literaturas que dizem que a proporção entre ambos é idêntica, inclusive.
Uma nascente de água, por exemplo, emerge da terra com o propósito de chegar até o oceano. Começa pequena, lenta, mas se mantém firme e em movimento constante, se moldando pelo caminho, contornando obstáculos, até chegar ao seu destino final.
A água também nos faz refletir sobre outro aspecto interessante: ela pode mudar de estado (sólido, líquido, gasoso), mas nunca perde sua essência: continua sendo sempre H2O.
O que podemos aprender com o elemento água nesses tempos de mudança? Que impacto essa reflexão nos traz para o corpo-mente-espírito? De que, verdadeiramente, necessitamos para viver uma vida plena e feliz?
Sinto que para exercitarmos a Resiliência é preciso clareza de sentido, objetivo ou propósito de vida. Perceba que a água não tem grandes objetivos, mas apenas um. A clareza mora na simplicidade.
Boas reflexões
Com amor,
Lyz
